9/17/2007

Filipa Pais. Dia 18 de Outubro(Quinta)




Entrada :7 €
Filipa Pais: voz
João Paulo Esteves da Silva: piano

Filipa Pais. Uma intérprete de excepção, uma voz cuja beleza e riqueza tímbrica permitem que vagueie por vários universos musicais sendo que as sonoridades lusófonas têm um lugar predilecto no seu repertório. Galardoada com o Prémio José Afonso, Filipa Pais parte sempre de uma matriz tradicional para construir o seu espectáculo, interpretando temas de autores e compositores portugueses, mas também de brasileiros, africanos, galegos porque a sua música é já uma música do mundo. "... o seu segundo disco, “À Porta do Mundo”. É, de facto, uma porta para um mundo imaginário e inocente (as imagens remetem-nos para o universo de Principezinho de Exupery), fantástico, belo, poético. Um universo amadurecido e com os pés bem assentes na terra. Há ecos de tradição (“Não Se Me Dá Que Vindimem”, “Altinho”,“José Embala o Menino”) e das medievais Cantigas de Amigo de D. Sancho I, moldados pela contemporaneidade dos elegantes arranjos de João Paulo Esteves da Silva, criando um luxuriante universo para a voz cristalina e, por vezes arabizada (marcas da Lua Estravagante) de Filipa. O disco é feito de subtilezas que é preciso descobrir: Há a poesia de Cesariny, Reinaldo Ferreira e Hélia Correia. Há adufes que retumbam e bandolins a saltitar como a pulga,acordeões ora alegres e festivos, ora trágicos e sombrios, uma límpida guitarra infinita que se prolonga além horizonte,uma gaita de foles que pede licença para entrar, o toque mais clássico de violino de Manuel Rocha (bem diferente do registo da Brigada Vítor Jara), o virtuosismo de Yuri Daniel (contra-baixo) e de J.P. Silva (Piano) em “Cantiga deAmigo”. É mais um daqueles discos que irá manter acesa a discussão do que é ou não é Música Popular Portuguesa.Não há fronteiras estanques. Os mais puristas que torcem o nariz às experiências mais clássicas da Ronda dos Quatro Caminhos, têm de perceber que o mundo actual é feito de contaminação e miscigenação. E nunca como aqui o universo da música tradicional se encontra tão próximo do jazz. E ainda bem. " Luis Rei (cronicas da terra).

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